Ontem foi o dia das meninas
No dia 3 de março (ontem) aconteceu no Japão o Hina Matsuri, chamado de Festival das Bonecas ou Dia das Meninas. É uma data na qual os japoneses rezam pela felicidade e pela saúde de suas meninas e expõem altares de bonecas com trajes do período Heian, que passam de mãe para filha, e oferecem iguarias.
O dia deriva de crenças antigas segundo as quais era possível lavar os pecados em ritos realizados com água corrente. Um dos ritos consistia em atirar ao mar um barco de palha com bonecos de papel, flores de pessegueiros e bolinhos de arroz --achava-se que o barco iria ao reino celestial e que seu autor teria paz e proteção divina. Outro costume era colocar bonecos de palha ou papel perto de bebês, para que os amuletos atraíssem os males para si. Depois, os bonecos eram atirados em rios.
Esses costumes eram de uma época na qual as famílias sempre presenteavam as meninas com um conjunto de bonecas. Depois de casada, a dona podia repassar a propriedade para a herdeira. No Hina Matsuri, são essas as bonecas que são expostas. Depois de um tempo, os pais devem levar as bonecas o mais longe possível. Se não fizerem isso, elas não irão se casar, ou se casarão tardiamente (nossa quanto misticismo).
No andar mais alto do altar do Hina Matsuri são colocados um par de bonecas e um biombo dourado que simbolizam o casal imperial e o trono, respectivamente. Nas pontas ficam duas lanternas brancas. No andar inferior são colocadas três bonecas que representam as damas da corte --elas levam saquê e bolinhos de arroz. No terceiro andar ficam os cinco músicos e, no quarto, ficam os dois ministros da antiga corte japonesa --um mais velho que o outro.
No quinto andar ficam os três servos, que são o bebedor triste, o bebedor zangado e o bebedor animado acompanhados de uma laranjeira, uma cerejeira e um pessegueiro.
No sexto e no sétimo andar ficam utensílios domésticos em miniatura que representam o dote do casamento. Neste local são ofertadas iguarias como bolinhos de arroz em formato de diamante, arroz frito doce e arroz preparado como no sushi, mas com frutos do mar e algas, além de uma bebida chamada shirozake --parecida com saquê, mas sem álcool (pensei que não ia acabar os andares, quanta arrumação, eles querem deixar tudo perfeito).
Nos locais onde não há espaço para se construir todo o altar, as famílias montam apenas uma vitrine para uma dobradura que representa o imperador e a imperatriz.
Um dia para as meninas, deve ser legal participar se eu fosse criança ia gostar, mas os tempos passam e moramos no Brasil, aos mais patriotas sinto dizer que prefiro o Japão, bem então até a próxima.
Fonte: Folha Online
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